Foram anos difíceis depois da pandemia, mas o setor do biodiesel permaneceu convicto de seu compromisso com a transição energética, com toda a cadeia produtiva do agronegócio, com a agricultura familiar, com o desenvolvimento sustentável da economia nacional, com a saúde e, principalmente, com o Brasil.
Como um verdadeiro presente de final de ano, recebemos a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de aumentar o mandato do biodiesel dos atuais 12% para 14% em março de 2024 e para 15% em março de 2025. Na mesma audiência, o Conselho acertou mais uma vez ao adiar a decisão de liberar a importação de biodiesel.
Não foi uma jornada fácil. Lutamos carregados de pesquisas, experiências práticas, dados, fatos e convicções construídas em mais de 18 anos de história de uso do biodiesel no Brasil e no mundo.
A verdade é uma só: o biodiesel é um produto vencedor, com uma das qualidades de fabricação mais rígidas, capaz de cumprir seu papel na transição energética no curto prazo, sem troca de motor ou necessidade de investimento em uma nova infraestrutura de abastecimento, sendo usado no mundo para descarbonizar o transporte com resultados imediatos.
Tem mais: o biodiesel é produzido a partir de um forte vínculo com a agricultura familiar, gera emprego, agrega valor à produção de soja, beneficia a produção de alimentos ao ofertar farelo para rações a um custo mais competitivo e aproveita óleo de cozinha usado e gordura animal num dos exemplos mais vigorosos de economia circular.
E essa verdade, que é tão óbvia, venceu as mais variadas campanhas de falsas informações de setores não comprometidos com um futuro mais sustentável, com a vida e com a transformação que salva as pessoas neste planeta.
A decisão do CNPE recoloca o biodiesel nos trilhos ao devolver ao mercado a previsibilidade que o setor industrial tanto desejava. Esta foi a mensagem que eu levei ao Conselhão ao apresentar um plano de metas para o governo federal.
O biodiesel ocupa mais uma vez o papel que lhe cabe no processo de transição energética para o cumprimento das metas de descarbonização. A decisão do CNPE amplia a confiança para retomar os investimentos no setor.
A luta agora permanece para a aprovação do Projeto de Lei Combustível do Futuro, que vai consolidar um arcabouço legal que permite o avanço de vários biocombustíveis no Brasil e cria condições para ampliar as exportações de biodiesel, o que vai reforçar nossa indústria, consolidando o país e a América do Sul como referência em energia limpa.
Ao invés de querer importar biocombustível, vamos exportar!
Gostaria fazer minha saudação especial às entidades que representaram o setor produtivo, em especial a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO) da qual faço parte. Agradeço a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel e, em nome de todos os parlamentares que a compõem, ao seu presidente, o deputado federal Alceu Moreira.
Por fim, gostaria de fazer um agradecimento especial para toda a equipe da Be8 que faz desta empresa uma referência em energia limpa no Brasil e no mundo. Esta conquista é de todos nós.