O mundo está mudando, com muitas novidades em termos de veículos, componentes, tecnologia e infraestrutura. Estamos criando condições para uma mobilidade urbana mais limpa e sustentável. Os números ainda são tímidos, mas mostram uma nova tendência que considero irreversível. Estou certo que o futuro passa pela adoção de ônibus híbridos usando o biocombustível avançado HVO, como explico abaixo.
No ano passado, em um evento sobre mobilidade urbana no Brasil, foi lançado um modelo de ônibus híbrido, voltado ao transporte público sustentável, com 100% da tecnologia local. O veículo tem tração elétrica e é alimentado por duas fontes de energia – banco de baterias e grupo motor-gerador a diesel ou a biocombustível – que podem operar de modo conjunto ou independente.
Como funciona o ônibus híbrido?
É importante entender que o funcionamento de um ônibus híbrido é similar a um trólebus – veículo movido por tração elétrica através de cabos. A principal diferença é que a partida é dada utilizando um motor à diesel, depois disso o ônibus utiliza o motor elétrico para seguir viagem.
Neste caso, para complementar a eficiência do processo de sustentabilidade, devemos utilizar o diesel renovável HVO (sigla em inglês para Hydrotreated Vegetable Oil). Trata-se de um biocombustível avançado de “entrega imediata”, que vai “direto para o tanque” e substitui integralmente o diesel de origem fóssil – dupla perfeita para o ônibus híbrido. A principal vantagem do HVO em relação ao diesel fóssil é que ele polui muito menos, evitando doenças e salvando vidas nas cidades.
No modo elétrico, o motor-gerador do ônibus é desligado e o veículo roda apenas com a carga das baterias. O desligamento pode ser acionado pelo motorista ou por um sensor GPS na via pública, por exemplo, quando o veículo entrar numa Zona de Emissão Zero de poluentes.
Durante a operação, as baterias são continuamente recarregadas pela tecnologia de frenagem regenerativa (KERS), podendo também ter a contribuição do motor-gerador. A alternância de modos pode se repetir várias vezes, conforme o perfil da operação. Já no modo híbrido, o motor-gerador trabalha em rotação constante (estacionário), na melhor curva de eficiência para o mínimo de consumo e de emissões.
Híbrido no mundo
O primeiro ônibus de dois andares híbrido do mundo entrou em serviço na rota 141 em Londres, na Inglaterra, em 2007. Atualmente, um dos locais com maior incidência desse tipo de veículos no transporte público é a China. Após ser reconhecido como um dos territórios que mais poluem no mundo, o país se tornou líder na tecnologia híbrida, como forma de diminuir a poluição emitida. O uso do ônibus híbrido no Brasil iniciou no ano de 2010, na cidade de São Paulo.
2 comentário
Parabéns pelo excelente texto, destaco que entre as ônibus híbridos, existem duas tecnológicas:
– hibrido paralelo – tanto o motor elétrico e o motor a combustão geram tração para mover as rodas.
– híbrido em série. Somente o motor elétrico gera tração para mover as rodas.
Ambos tem suas vantagens, as quais precisam ser avaliadas conforme o tipo de operação, onde o ônibus irá operar(linhas urbanas ou metropolitanas).
O experimento de Curitiba é um bom caso para ser estudado.
[…] defendo a solução do veículo híbrido (ler Veículos híbridos que usam biocombustíveis são a melhor solução para o transporte de passageir…), que tem tração elétrica e é alimentado por duas fontes de energia – banco de baterias e […]