Não existe uma rota de confronto entre produção de alimento e produção de biocombustíveis. Este é um argumento que precisamos desmistificar. O esforço empenhado na produção da matéria-prima para os biocombustíveis não tem resultado em diminuição na produção de alimentos.
Tomamos como exemplo a soja – o que interessa ao mundo é a parte sólida do grão, o farelo, que é proteína e a base de rações para produção de carne, ovos e leite. O óleo vegetal sempre foi um subproduto da soja. Antes do desenvolvimento do biocombustível, em alguns momentos do ano, durante o período da colheita da soja, o óleo era um problema seríssimo, quase um passivo. Com os tanques cheios, as esmagadoras tinham que parar porque não tinha o que fazer.
A chegada do biodiesel agregou valor para toda a cadeia, valorizando o óleo vegetal e estimulando a produção de farelo para a indústria de alimentos. Com mais recurso, o agricultor passou a investir mais em tecnologia, passou a produzir mais matéria-prima e oferecer mais farelo de soja para produzir mais carne de frango, mais carne de suíno, mais leite, produtos que compramos no supermercado.
Nesse sentido, o farelo vira ração para animais – uma proteína vegetal se transformando em proteína animal, que pode ser consumida pelo ser humano. A produção de alimento cresceu com os biocombustíveis. Hoje no mundo registramos um aumento de produção de biocombustível da ordem de 4 a 6% ao ano. O consumo humano de óleo vegetal não chega a 1% no mesmo período.
Muitos países já investem em políticas que pretendem reduzir o uso de gorduras e gorduras hidrogenadas. Precisamos comer mais proteína e menos energia.
Esta é uma rota positiva e é a rota que precisamos explicar.
No mundo, estimular a produção de biocombustível também promove a produção de alimentos, e não o contrário. Biodiesel é um amigo da produção de alimento. Se não fosse o biodiesel, não estaríamos produzindo a quantidade de soja que é produzida, e com o atual nível de rentabilidade.
Matérias-primas para os biocombustíveis avançados
Os biocombustíveis avançados podem ser produzidos a partir de diferentes matérias-primas, que são divididas em gerações (as classificações podem ser diferentes de região para região, ainda não há uma definição uniforme de padrões).
A partir da segunda geração, as matérias-primas são caracterizadas como não-alimentares, como gorduras animais, óleos de cozinha usados e culturas não-alimentares. A terceira geração considera resíduos de floresta, lascas de madeira e serragem, a resina líquida (tail oil) resultante da fabricação de papel e resíduos urbanos (resíduos sólidos e gás de aterro).
Matérias-primas consideradas renováveis tem redução de cerca de 85% na intensidade da emissão de carbono. Devido a isso, o Projeto Omega Green pretende usar apenas energia renovável e solventes renováveis em seu processo de produção.
3 comentário
Excelente matéria, muito esclarecedora com linguagem que nos faz entender muito bem a importância de toda a cadeia-produtiva envolvida bem como o valor agregado de um produto ( Ativo ) que no passado era um problema ( passivo ) para o setor, pois hoje ao produzirmos Biocombustíveis tendo um antigo passivo como matéria-prima, não só resolve-se um problema bem como se cria uma nova cadeia produtiva, agregando maior valor e importância ao Agro.
Mais fantasio ainda, é a segunda geração onde podemos ter uma gama maior de matérias-primas não alimentares e uma expressiva redução na intensidade da emissão de carbono , 85% , Simplesmente FANTÁSTICO .
Perfeita análise !! O combustível fóssil está sendo, ainda que em pequena escala mas importante, substituído pelo biocombustível, ação imperiosa na diminuição dos gases (C0²) nas grandes cidades e metrópoles mundiais. As montadoras já estão tocando projetos de veículo com energias sustentáveis. A Europa é um exemplo no cuidado de suas cidades !! E, o Brasil, têm esta participação inequívoca através do agronegócio sustentável.
1o puntos. EXCELENTTE……y bien clara la presentacion.