BSBIOS investe na primeira usina de etanol de grande escala do Rio Grande do Sul

por Erasmo Carlos Battistella

Participei na manhã desta segunda-feira (20/06) do evento de assinatura do Protocolo de Intenções com a presença do Governador de Estado, Ranolfo Vieira Júnior, do Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin, e do Subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, para estabelecer ações articuladas para viabilizar o investimento de R$ 316 milhões na primeira fase de implantação de unidade de usina produtora de etanol e farelos a partir do processamento de cereais (milho, trigo, triticale, arroz, sorgo, dentre outros). Reforçamos assim nossa estratégia de ser uma das empresas mais importantes em biocombustíveis.

O Rio Grande do Sul é um estado importador de etanol e nós, que estamos na cadeia produtiva, com esse investimento, vamos ampliar nossa capacidade de produção de biocombustíveis aqui na Região Sul, aderindo ao Pró-Etanol. Atualmente o estado importa 99% de sua demanda de etanol e a nova fábrica, a partir de 2027, vai suprir 23% dessa necessidade.

A iniciativa vai representar um incremento na oferta de farelo para as cadeias produtivas de proteínas animais, além de promover investimento em desenvolvimento de tecnologia genética para produção de trigo específico para produção de etanol e de ser uma oportunidade viável de renda para o agricultor com a cultura de cereais de inverno.
Os investimentos serão realizados no segundo trimestre de 2023, com previsão de início das operações no segundo semestre de 2024.

O Protocolo estabelece tratamentos tributários em relação ao ICMS para aquisições de fornecedores localizados no Rio Grande do Sul de máquinas e equipamentos industriais e importações do exterior de máquinas e equipamentos industriais. A partir de agora, a empresa avança para finalizar todos os estudos necessários, projetos de engenharia e a estrutura de financiamento para que a planta comece a operar na safra de trigo de 2024.

“A questão da energia renovável dialoga, sem dúvida nenhuma, com o que nós pensamos em termos do que queremos ter aqui no Rio Grande do Sul. Temos um imenso potencial para a produção de etanol – a demanda interna chega a 1 bilhão de litros por ano. O governo do estado vem consolidando seu compromisso para a expansão da produção. Iniciativas como a de hoje, firmada por meio deste Protocolo de Intenções com a BSBIOS, são essenciais para que este espaço possa ser aproveitado. Com essa política de estado (Pró-Etanol), construída para ultrapassar governos, buscamos a autossuficiência da produção de etanol. o que vai fomentar toda uma cadeia de produtores, armazenadores e distribuidores gerando emprego, arrecadação e desenvolvimento.”
Ranolfo Vieira Júnior, Governador de Estado, em discurso na assinatura do Protocolo de Intenção

Nos próximos dias, também será assinado um Protocolo de Intenções com a Prefeitura de Passo Fundo.

A nossa iniciativa estará no contexto da Política Estadual de Estímulo à Produção de Etanol (PL 292/20), que criou o Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Etanol (Pró-Etanol). Seu objetivo é reduzir a dependência do Rio Grande do Sul do etanol de outras regiões do país. Isso permitirá à organização aderir ao Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (FUNDOPEM) e ao Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (INTEGRAR).

Prevista para operar em duas fases, com processamento de 750 toneladas/dia de cereais em 2024, e de 1.500 toneladas/dia, em 2027, o projeto totaliza um investimento de R$ 556 milhões no período. O empreendimento deve representar um incremento de R$ 1,3 bilhão em faturamento anual para o ECB Group, e vai gerar 143 novos empregos diretos e aproximadamente 1.000 indiretos.

A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina) ou hidratado (consumo direto), terá capacidade de 111 milhões de litros em sua primeira fase e atingirá 220 milhões de litros, dobrando sua capacidade, quando totalmente instalada. Ela estará localizada na cidade de Passo Fundo, na BR 285, Km 316.

A unidade contará com autoprodução de energia elétrica com cogeração à biomassa e a oferta de energia excedente será disponibilizada na rede de distribuição do município. Não haverá lançamento de efluentes líquidos, que serão utilizados para produção de vapor no processo de produção.

Cadeia de Proteína Animal

A BSBIOS também vai oferecer ao mercado o farelo oriundo da produção do etanol. Conhecido como DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português), obtido imediatamente após o processo fermentativo de produção de etanol, é um importante coproduto do processo de fermentação de grãos, com grande potencial de utilização para produção de rações animais destinadas à cadeia de produção de alimentos. Serão produzidos 155 milhões de toneladas por ano de farelo para a cadeia de proteína animal na segunda fase do projeto.

Matéria-prima

Como a região tem baixa condição para usar a cana-de-açúcar como matéria-prima, a nova fábrica vai processar 260 mil de toneladas por ano de cereais para produção de etanol e farelo. O Rio Grande do Sul e o Paraná dividem a liderança da produção de grãos e a indústria de etanol vai ampliar as culturas de inverno.

Criamos uma parceria com a Embrapa-Trigo (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para produção de novos materiais. Eles já têm no portfólio de trigo e triticale (cereal de inverno utilizado na alimentação animal) com concentrações extremamente interessantes de amido para produção de etanol.

Melhoramento genético

Outra parceria se dará com a Biotrigo Genética, empresa líder de melhoramento genético do trigo na América Latina. A empresa está trabalhando no desenvolvimento genético de duas cultivares de trigo exclusivas para produção de etanol. As variedades, por possuírem elevados níveis de amido, são ideais para a produção do biocombustível.

As cultivares de trigo licenciadas à BSBIOS são resultado de pesquisas desenvolvidas desde 2015 dentro do programa de melhoramento genético da Biotrigo, tendo como premissas características importantes para a produção de etanol, como também para produção de DDG, importante aliado na alimentação animal.

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3 comentário

Junior Cezar Pagliarini 21 de junho de 2022 - 10:26

Parabéns por mais este projeto, com certeza no futuro os produtores rurais e o consumidor colhera os frutos desse empreendimento.

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Gino Ewerson Farias 21 de junho de 2022 - 12:51

Grande iniciativa, compensando “importação” do etanol, geração de uma cadeia de oportunidades de emprego e renda e uma nova alternativa no Estado para a produção animal, através do aproveitamento na formulação de farelo para a alimentação de animais nas indústrias já existentes.

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José Koff 21 de junho de 2022 - 14:49

Parabéns Erasmo. Mais uma fase diferente na cadeia de biocombustíveis no teu portfólio.

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